Sunday, September 1, 2024

Itacoatiara Big waves

Minha chegada ao Brasil foi inesperada. Enquanto surfava ondas pequenas em Bastiagueiro, meu joelho estalou. Baseado em autoexame e experiências passadas com cirurgias similares nos dois joelhos, eu estava convencido de que se tratava de um problema no menisco. Sem realizar uma ressonância, viajei ao Rio para uma possível operação. Contudo, após o exame, descobri que o problema era no LCA (Ligamento Cruzado Anterior), que, embora não estivesse rompido, estava comprometido. Optei por não operar imediatamente, pois a temporada de surfe começa em outubro, e a recuperação de uma cirurgia de ligamento pode levar meses. Decidi encarar a temporada e planejar a cirurgia para março. Vivendo no Brasil, a rotina é excelente. Saio caminhando da Casa dos Arcos, o bed and breakfast de minha irmã Natalia, faço exercícios para fortalecer o corpo — especialmente as pernas — para enfrentar as ondas gigantes em Nazaré e aproveitar o tempo na praia com minha esposa e filho, além de dar aulas de surfe para minha irmã. Também faço passeios pelo Rio e outras atividades divertidas. Um dos pontos altos foi assistir ao Itacoatiara Big Waves, um evento inédito nesse formato. O torneio contou com a presença de estrelas do surfe de ondas grandes, incluindo Francisco Porcella, vencedor do prêmio XXL por pegar a maior onda em Nazaré, e Lucas “Chumbo” Chianca, várias vezes campeão do Nazaré Tow Challenge. Grandes nomes como Scooby, Will Santana e Koxa, ex-recordista da maior onda segundo o Guinness, também competiram. Embora eu estivesse na lista de convidados, cedi minha vaga para Daniel Ragel, que, ao lado de Will Santana, conquistou o segundo lugar. Para mim, foi como uma vitória, pois superar Lucas e Scooby parecia uma missão impossível devido ao alto nível técnico e à habilidade deles em encontrar tubos em todas as baterias. O único incidente que poderia ter sido sério foi uma confusão na pontuação das ondas da equipe de Koxa/Vitor na final. Vitor, machucado, não pôde surfar, e Koxa acabou somando apenas uma onda, apesar de uma segunda onda ter sido computada erroneamente, pois os juízes pensaram que ele era Vitor, usando a prancha dele.